A diferente terminologia
A palavra jújutsu significa uso de flexibilidade, e não “técnica suave”. Daí que para usar a flexibilidade deve-se ter um corpo suave e maleável e saber como usá-lo, já que o emprego do corpo é a chave para todas as formas do jújutsu. Eis as várias denominações da arte de acordo com diferentes escolas que utilizam a técnica:
Nas escolas Sekiguchi-ryu (関口流), Araki-ryu (荒木流) e Seigô-ryu (制剛流), as técnicas do jújutsu são chamadas de hade (羽手), hakuda (白打), Jújutsu (柔術), kenpô (拳法) e torite (捕手).
Na Takeuchi-ryu e Yagyu Shigan-ryu (柳生心眼流), recebem o nome de koppô (骨法), gôhô (強法), kogusoku (小具足), yawarajutsu (和術), koshi no mawari (腰之廻) e yoroi kumiuchi (鎧組打).
Na Tenshin shôden Katori shintô-ryu (天真正伝香取神道流), Tatsumi-ryu (立身流) e Shoshô-ryu (諸賞流), são denominadas kumiuchi (組打), shubaku (手縛), tôde (唐手), torite (捕手 ou 取手, há duas grafias), wajutsu (和術), yawarajutsu (和術) e kowami (剛身).
As denominações mudavam conforme a época, o local, a ligação religiosa e as sucessões de mestres. Cada uma delas tem relação com a breve diferença das características técnicas que usavam o corpo todo ou apenas parte dele.
Entre todas essas escolas de jújutsu, há três correntes que usam diferentes técnicas de movimento do corpo. A primeira aplica as técnicas de golpes e percussões juntamente com técnicas de articulação, controle da circulação sanguínea e dos tendões, utilizando uma ampla variedade de kyúsho, pontos nervosos e vitais do corpo.
A segunda usa poucos golpes e percussões, mas não os exclui.
A terceira não lança mão desses artifícios. É necessário acrescentar que um dos últimos estágios dessa prática é ser capaz de não usar tais golpes e percussões, também chamados atemi. O propósito é adquirir o mais inteligente uso do corpo em sua totalidade (controle central da linha, seichúsen, deslocamento sutil, absorção e capacidade de esquivar-se em ângulos diferentes de saída).
Tudo isso permite não empregar os atemi. As escolas que usam os termos hakuda, shubaku e kenpô frequentemente os utilizam. Isso revela que essas técnicas de batalha sofreram influência das diferentes técnicas de luta de mãos vazias vinda da China. Sem se limitar à influência chinesa, essas técnicas de percussões eram aplicadas quando os guerreiros vestiam armaduras, porque era essencial ser capaz de aplicas torções, arremessar um inimigo ou dominá-lo com outras técnicas. Isso mostra que não se tratava de percussões violentas, mas de uma arte de golpear que permite não se ferir com a armadura e acertar as partes sensíveis do corpo.
Além disso, não se podem classificar todas as escolas de jújutsu em um sistema em que 50% das técnicas sejam de arremessos, torções e imobilizações, e 50% de golpes e percussões. A maioria dos densho, makimono e shuki revela que todos os tipos de jújutsu são fundamentalmente, a arte do eixo central que permite usar o corpo em sua totalidade, por meio de deslocamentos sutis que podem ser relacionados a armas diferentes. O emprego de golpes e percussões é desenvolvido em todas as escolas; alguns fazem um uso equilibrado, outros menos, e há ainda quem não se importe com o equilíbrio.
Isso não significa que os golpes e percussões sejam ineficientes, mas revela que a utilização da elasticidade e do posicionamento do corpo, dos deslocamentos e desvios foi elevada ao nível mais alto de aplicação. A outra razão pela qual os atemi às vezes não são tão importantes é que grande parte das escolas que nasceram durante o período Edo favorecia o controle do atacante em detrimento de sua própria destruição.
Realmente, durante esse período, em vez de matar o inimigo, era necessário controlá-lo a fim de fazer com que abandonasse a arma ou imobilizá-lo para tirá-la de suas mãos. Encontrei esse princípio de controle nos katas Kime no kata, Nikikata e Kiri oroshi da escola Tenshin shinyô-ryu, na qual também pude achar rastros do judô moderno.
Porém, quando há golpes com os pés, como mawashigeri, yoko geri ou oi tsuki, gyaku tsuki, uraken, jôdan uke, etc., como podemos observar nas diferentes escolas de karatê, ou quando vemos os movimentos circulares inspirados no boxe e em outros estilos, dizemos com certeza que não se trata do jújutsu tradicional japonês. O karatê foi introduzido no Japão na década de 1920 por Gishin Funakoshi (1868-1957), vários anos depois do nascimento da maioria das escolas de jújutsu ou escolas que o utilizam.
* Texto extraído do livro A Arte do Ninja - Entre ilusão e realidade - Kacem Zoughari - Editora JBC
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