sábado, 6 de outubro de 2012

TE-WAZA - 手技

TE-WAZA - 手技


Bong-Soo KIM - 5º dan
Ex-integrante da seleção coreana
Profº de Ed.Física com especialização em JUDÔ pela Hankuk University of Foreign Studies


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Jujutsu VI

A origem do jiu-jitsu brasileiro: Kôsen-judô     


     Todo mundo está muito familiarizado com o jiu-jitsu do estilo Gracie. Muitas pessoas acreditam que essa família pratica o jújutsu japonês clássico, mas , na realidade, ao se estudar sua história e suas técnicas e conhecer seu estilo, a verdade se mostra diferente. O jiu-jitsu Gracie é simplesmente o jiu-jitsu brasileiro para a maioria dos nativos, mas neste belo e maravilhoso país, berço de lutadores famosos, o conhecimento histórico e técnico do jújutsu clássico é bem vago e carrega uma auréola de várias histórias fantasmagóricas. O mesmo vale para a numerosa comunidade japonesa que mora no Brasil há várias gerações.
     Em uma análise profunda das técnicas de lutas do jiu-jitsu Gracie e a sua aplicação em várias lutas, fica evidente que eles são centrados principalmente me lutas de solo. Os Ne-waza usados são semelhantes aos do Kôsen-Judô. Na realidade, e em primeiro lugar, o jiu-jitsu brasileiro não tem ligação histórica com o jujutsu clássico japonês, que foi criado para sobreviver nos campos de batalha e lidar com atacantes armados com artefatos diferentes. 

     As técnicas de golpes do jiu-jitsu Gracie são muito limitadas e desenvolvidas de acordo com as diferentes técnicas de submissão. Além de que, quando estudadas as várias defesas usadas por alguns membros da família, como Rickson e Royce, observa-se que elas são sempre muito semelhantes àquelas usadas no boxe. A ciência dos golpes e percussões é muito pobre, o que não é o caso do jujutsu clássico. Os grandes campeonatos brasileiros são a prova disso, já que todos os golpes são proibidos. No jujutsu clássico, não há nenhuma competição.
     O uso de armas ou a aplicação de técnicas de mãos vazias que utilizam uma arma não existe no jiu-jitsu brasileiro. No entanto, o jújutsu clássico sempre requer armas de formas e tamanhos diferentes.

     A conclusão é clara: como todas as outras disciplinas que combinam diversos estilos de luta, o jiu-jitsu brasileiro, assim como o judô ou kôsen-judô ou outras modalidades criadas por diferentes federações, não é uma técnica de luta feita para sobreviver durante uma briga de rua nem em um campo de batalha. Porém, a efetividade de suas técnicas de submissão se torna inacreditavelmente eficiente em um torneio onde as regras sempre estão presentes.
     No jújutsu clássico não há regras. Então, por que essa modalidade é chamada de "jiu-jitsu" brasileiro?
     Para entender a origem desse título, temos que voltar a um homem chamado Kôsei Maeda, mais conhecido como Conde Koma ou "Count" Koma. O "Sekai ôgyô judô musha shúgyo" ( 世界横行柔道武者修行) e o "Sekai ôgyô dai ni shin judô musha shúgyô" ( 世界横行第二新柔道武者修行) são dois trabalhos volumosos que explicam os fatos e gestos das várias figuras importantes que contribuíram para a propagação do judô depois de sua fundação por Kanô.
     De acordo com essas duas fontes, Maeda era um praticante de alto nível de judô que também teve um conhecimento completo do kôsen-judô, já que possuía a mais elevada graduação de judoca do Kôdôkan. Claro que o conhecimento dele sobre o jújutsu clássico era muito pobre, e para ele, como a maioria das pessoas que frequentemente treinavam no Kôdôkan, o judô era o melhor método de luta de mãos vazias. Maeda tinha sido enviado para os Estados Unidos, com uma delegação, para introduzir o judô naquele país, mas sua compreensão das artes de luta excedeu as técnicas que respeitam a elaboração das regras governantes do Kôdôkan judô. Durante uma demonstração em que Maeda teve que provar a superioridade do judô em um adversário mais forte, ele usou técnicas de submissão e golpes que são proibidos pelas regras do Kôdôkan.
     Durante toda a sua vida, Kanô proibiu os seus estudantes de participar de lutas contra outras escolas. O Kôdôkan ensinava que a moralidade e a proteção do corpo eram úteis para a sociedade e para evitar qualquer ação que poderia afetar negativamente a reputação da escola, o mestre e o ego da pessoa. Uma vez aceito no Kôdôkan, o indivíduo firmava um contrato moral de significado profundo. Agir em contradição a esse contrato era ir contra todos os preceitos de Kanô e do judô.
     Essa proibição de brigas já existia nas escolas de bujutsu antigo e jújutsu clássico, porque se um estudante perdesse uma batalha contra um atleta de outra escola, o adversário poderia aprender o estilo de luta e as técnicas usadas pelo perdedor. Um exemplo famoso ocorreu quando o renomado Saigô Shirô foi expulso do Kôdôkan após ter tomado parte em uma briga.

     Maeda se envolveu com um tipo de luta livre, modalidade que era muito fácil de organizar e bastante popular nos Estados Unidos. Embora a sua viagem tenha terminado no Brasil, ele encontrou tempo para testar as suas técnicas de luta nos anos anteriores. Sobre essas batalhas, ele escreveu:
     " Em uma batalha entre dois praticantes de judô, a primeira regra fundamental reside na obrigação de usar um keikô-gi (roupa feita especialmente para a prática do esporte). Essa regra fundamental permite sair da batalha de uma maneira fácil. Vale adicionar que no judô as técnicas de golpear com os pés ou punhos não são usadas. Isso mostra que a prática trabalha só em um ambiente predeterminado, bem regulado, que restringe os indivíduos e não lhes deixa ser confrontado com outros estilos."

     Esse texto esclarecedor mostra a orientação futura de Maeda e, obviamente, a sua falta de conhecimento do jújutsu clássico. Ele entende que o keikô-gi é um obstáculo, porque em uma briga contra uma pessoa que não o utiliza, ou veste uma camiseta, fica difícil aplicar as diferentes técnicas do judô. Sob essa análise, podemos observar que o seu conhecimento sobre os atemi permanece limitado aos golpes com o punho e o pé, e que o uso dos dedos e das armas é estranho para ele, embora tenhamos que lhe conceder o benefício da dúvida, desde que ele não o discuta.
     Maeda vai ainda mais longe:
     " Quando eu luto contra um oponente estrangeiro, mesmo se eu o agarrar pela manga, não há, certamente, nenhuma razão para acreditar que ele perderá a batalha; a batalha essa que também não está ganha anteriormente. É muito difícil alcançar uma projeção com o tipo de roupa que eles usam e, em razão disso, eles levantam imediatamente ou rolam para amortizar suas quedas. Eu nem posso usar a manga deles para estrangulá-los ou envolver seus braços ou pulsos. É realmente difícil lutar seguindo as regras do judô."

     A experiência adquirida nas várias batalhas contra outros pugilistas levou Maeda a considerar a necessidade de todo praticante de judô aprender os diferentes golpes com o punho e o pé e saber evitá-los:
     " Muito cedo, eu entendi que era preciso praticar chutes e socos. Depois de três, quatro anos praticando esses golpes, a necessidade de desenvolver tipos diferentes de luvas e instrumentos para a prática ficou bastante óbvia. Assim, eu criei um tipo de luva suficientemente grossa para me permitir praticar os golpes. Porém, com esse tipo de luva, fica difícil agarrar o parceiro ou aplicar nele uma chave de pulso ... Acho que é necessário para todo praticante de judô refletir profundamente sobre esse assunto."

     As numerosas lutas de Maeda o fizeram entender a importância das técnicas de solo. Todos os lutadores que ele encontrou, até mesmo os pugilistas, tiveram uma fragilidade em comum: as técnicas de controle de solo. Nesse campo de especialidades, as técnicas de kôsen-judô são as que apresentam as maiores semelhanças com o jiu-jitsu Gracie. Maeda entendeu que ganharia as lutas se obtivesse sucesso levando o adversário ao chão e imobilizando-o.
Carlos e Hélio Gracie
     É importante notar que as lutas das quais Maeda participou não colocavam a vida dos participantes em risco. Elas eram semelhantes às brigas do Pride, luta livre ou UFC, prestigiadas por atletas e curiosos. Quem ganha a luta e permanece no ringue leva o dinheiro. Havia regras, isso é inquestionável, embora elas fossem reduzidas ao mínimo de rigidez possível. Mas, no fim das contas, elas existiam, algo que não ocorre no jújutsu clássico.
     O curso da vida de Maeda é bastante simples: com uma bagagem de lutas recheada de experiência, ele se estabeleceu no Brasil e partilhou seu enorme conhecimento com os membros da família Gracie. Porém, nem os Gracie nem o japonês comum, mesmo o próprio Maeda, podem dizer a diferença entre o jújutsu clássico e o judô ou kôsen-judô. Além de Maeda conhecer o português de forma muito precária, o japonês falado pela família Gracie se reduzia a formas básicas de educação, como "arigatô", "kon nichiwa" e "sayonara". Assim, a confusão e ignorância, que já existiam no berço da elite do Kôdôkan no Japão, foi transmitida para a família Gracie e todo o Brasil. 
     Não pretendemos reduzir a relação com Maeda a uma simples transmissão de erros. Se Hélio Gracie teve sucesso ao encontrar o conceito de influência em uma briga de chão baseado no uso da flexibilidade, é porque Maeda fez um ótimo trabalho como professor. Para isso, Maeda frequentou a melhor escola do mundo, o Kôdôkan, e foi pupilo de um mestre nessa arte: Kanô. Assim, levando-se em conta esses fatos, pode-se concluir facilmente que o kôsen-judô, baseado apenas na luta de chão, foi a base do arsenal técnico presente no jiu-jitsu Gracie. Esse arsenal vem da herança técnica do judô, do que resta dos conceitos introduzidos por Kanô para explicar e mostrar o seu judô.

Testo extraído do livro: A Arte do Ninja - Entre ilusão e realidade - Kacem Zoughari - Ed. JBC
   


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ippon-seoi no SUMÔ

一本背負い

一本背負いイラスト


SAN-NIN UCHIKOMI - 三人打ち込み


San-nin Uchikomi = Uchikomi 3 pessoas

   Tal método de treinamento consiste em executar uma técnica no receptor, sendo este, seguro por uma outra pessoa pela faixa ou preso pelo tornozelo, para aumentar a carga a ser aplicada ao executor. Desta forma, o executor deverá exercer mais força na aplicação da técnica, tornando a mesma, mais poderosa e, mais potente.


Yoshihisa Doba 7º dan explica San-nin Uchikomi:


SOTAI-RENSHU - 相対練習

     Sotai-renshu é o estudo ou a prática dos exercícios de Judô em dupla.
     Ex.: Uchikomi, Nagekomi, Yakusoku-geiko, Kakari-geiko, Randori

  No Uchikomi, tal prática pode ser efetuada:
- sem deslocamento (Kihon Uchikomi - 基本打ち込み)
- com deslocamento (Idou Uchikomi - 移動打ち込み)
- de forma alternada (Kougo Uchikomi - 交互打ち込み)




Isao Okano explica Kihon Uchikomi:
 
- encontrar o Ma-ai (distância entre executante e receptor) para a execução da técnica
- executar de forma livre, leve e, solta, sem uso exagerado da força
- automatizar o movimento, através da repetição


Isao Okano explica Idou Uchikomi:


Isao Okano explica Kougo Uchikomi, Ai-yotsu Uchikomi, Kenka-yotsu Uchikomi e San-nin Uchikomi:



Uchikomi de atletas olímpicos do Japão:


TANDOKU-RENSHU - 単独練習

Tandoku-renshu (単独練習) é a prática individual das técnicas de Judô. 



   Pode ser executada com ou sem auxílio de materiais (borracha, faixa, peso, etc).
   Utiliza-se também o termo Hitori-Uchikomi (一人打ち込み).

Toyokazu Nomura (野村 豊和) demonstrando Tandoku-renshu com borracha:

Lado direito


Lado esquerdo

Isao Okano (岡野功) demonstrando Tandoku-renshu com borracha:




UCHIKOMI - 打ち込み

     Uchikomi (打ち込み) é um termo emprestado do Kendô (剣道) e é usado no Judô (柔道) para se referir à prática repetida do movimento (da técnica) até o ponto de ser completado o arremesso, ou seja, executa-se apenas o kuzushi (崩し) e o tsukuri (作り).

     Costuma-se usar o termo "entrada" para tal prática.

Uchikomi (formação Repetição)

     A prática do Uchikomi pode ser feita:
- Sozinho (Tandoku-renshu - 単独練習)
- Em dupla (Sotai-renshu - 祖対練習)
- Em trio (San-nin Uchikomi - 三人打ち込み)

TAI-SABAKI - 体捌き



Isao Okano (岡野 功)


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Jujutsu V

Jigorô Kanô, ingênuo modernizador



        Nascido em 1860, Jigorô Kanô não foi simplesmente o brilhante fundador do judô; ele ocupou, simultaneamente, cargos diferentes de altas responsabilidades em escolas prestigiosas e universidades. Um esboço de sua carreira mostra um sucesso incrível como professor e um desejo ardente de fazer o mundo reconhecer o Japão.
        Em primeiro lugar, foi professor de política e economia na Gakushuin (学習院), uma instituição muito famosa, e recrutou seus alunos nas classes mais elevadas; foi gerente assistente da mesma escola quatro anos depois; atuou como gerente na escola secundária do regime antigo de Kumamoto (a atual Universidade Nacional de Kumamoto); passou 33 anos na gerência da Escola Secundária de Tokyo (atual Faculdade das Artes Liberais de Tokyo (atual Universidade de Tsukuba): foi, várias vezes, conselheiro para o Ministério da Educação, o primeiro membro asiático do Comitê Olímpico, em 1909, e o líder da primeira delegação japonesa aos Jogos Olímpicos de Estocolmo, em 1912.
        Os atletas que o acompanharam não praticavam judô, mas eram especialistas em corridas.
        Jigorô morreu no mar, em 1938, após fazer numerosas viagens ao exterior a pedido do Ministério da Educaçao para pesquisar os diferentes sistemas de ensino e para propagar o judô ao redor do mundo.
        Todos os autores concordam que a primeira motivação de Jigorô Kanô para praticar o jújutsu tinha uma origem muito simples e completamente pessoal: a modalidade tinha a reputação de permitir superar um adversário mais forte, e Kanô, de tamanho pequeno e constituição fraca, seguramente sofria de um complexo de inferioridade.
        Foi necessário esperar por muito tempo, e só depois de inúmeras pesquisas Kanô teve a oportunidade de conhecer um mestre de jújutsu. Ele encontrou Fukuda Hachinosuke, sôke da Tenshin shinyo-ryu, em 1877, ano em que entrou na universidade. Fukuda seguia a educação da mesma escola administrada por Iso Masatomo quando morreu, em 1879. Este último morreu dois anos depois e Kanô voltou para uma outra escola, Kitô-ryu, cujo mestre era Iikubo Tsunetoshi.
        Assim, tendo estudado só o jújutsu de duas escolas tradicionais do período Edo, Tenshin shinyo-ryu (天神真楊流) e Kitô-ryu (起倒流), como também vários métodos de condicionamento corporal ocidental, Kanô concluiu que aquele jújutsu era o mais eficiente e equilibrado de todos.

        Concentrado, na maioria dos casos, no aspecto instrutivo e na ginástica do jújutsu, ele retirou as partes que considerou perigosas e fundou, em 1882, a sua própria escola, Kôdôkan (講道館, residência, associação onde o caminho é ensinado), onde desenvolveu o judô, uma disciplina baseada na prática física e moralidades para o mundo moderno. Rapidamente, a prática se tornou bastante popular.
        O diferencial de Kanô no cenário do fim do século XIX ou início do XX foi que ele não satisfez seu interesse pela educação se dedicando a uma atividade que é, principalmente, intelectual, mas sim buscou um comprometimento físico, através do treinamento e da disciplina. Foi por meio disso, da prática do judô, que ele mirou na promoção de um treinamento espiritual.
        Porém, ao longo de sua vida, Kanô sempre tentou promover o Kôdôkan judô como um método físico de treinamento derivado da “modernização” do jújutsu, para evitar que qualquer pessoa cometesse o erro de considerar o judô uma luta ou arte do guerreiro destinada ao uso nas guerras, como o bujutsu clássico. Depois da morte de Kanô, o exército assumiu o judô lentamente e incorporou ao treinamento militar, cuja interpretação levava a crer, de maneira equivocada, que ele era o verdadeiro bujutsu.
        Por outro lado, a publicação do “Sugata Sanshiro” por Tomita Tsuneo em 1942 – e a tremenda popularidade que se seguiu – é, certamente, a origem da confusão que levou uma grande parte dos praticantes de hoje a considerar o judô uma arte de luta. 
        De acordo com Kanô, “o judô não é uma ‘arte marcial’simples, mas um grande caminho (‘dô’), princípio que se aplica a tudo”. O caminho aponta para o “ótimo uso da energia vital para alcançar a perfeição e, então, o sucesso, para si mesmo e para os outros”. A perfeição que é contemplada surge pelos estudos no qual “a pessoa se dedica completamente (...) pela confiança em sua própria força”, conduzindo para um “grande sucesso futuro”que permitirá se tornar “um pilar do estado (...) capaz de ajudar o país evoluir”. Os pensamentos de Kanô ligam intimamente o indivíduo ao grupo, que, neste caso, é o estado japonês em desenvolvimento. O conceito de “caminho”(“michi” ou “dô”), que é fundamental para Kanô, tem suas raízes no taoísmo e budismo e significa a procura da harmonia entre os homens e o universo. Essa idéia de que o ser humano pode melhorar vivendo em harmonia com o universo pela prática de certas técnicas está implícita nas artes marciais do fim do período Edo, mas Kanô foi o primeiro a formular isso em termos, que respeitam as exigências da sociedade japonesa moderna. A harmonia procurada adéqua-se agora ao bem coletivo, é o que diz o estado novo.
        Durante o mesmo período em que o judô foi criado, outra forma derivada dele, o kôsen-judô, que é a abreviação de Kôtô Senmon judô, surgida em Kyoto dentro do Nihon Butokukai, instituição fundada em 1895, se desenvolveu. O kôsen-judô é diferente do judô de um modo muito importante: tudo se concentra em Ne-waza (寝技, técnicas de submissão de lutas de chão). O desafio não tem limite de tempo, normalmente não há nenhuma categoria de peso e as lutas acontecem no chão. A primeira competição de kôsen-judô aconteceu em 1926, em Kansai. O kôsen-judô, para seus fundadores, era a materialização do conceito tão estimado por Kanô, Seiryoku zenyô (精力善用). 
        Para os membros da Butokukai de alta graduação, o kôsen-judô era o puro e esplêndido judô, e para eles a beleza e racionalidade de seus movimentos honravam o judô de Kanô. Não havia uso de força física, eles só utilizavam a elasticidade e um sistema inteligente de alavanca para “descansar” os ossos do corpo e, assim, livrar ou aplicar as técnicas diferentes de estrangulações, controles muscular e ósseo.
        As técnicas de chão, ao contrário do que ocorreu com o Kôdôkan Judô, foram aplicadas ao seu máximo. Um grande número de estrangulações, deslocamentos de tornozelos e pulsos, golpes que não eram usados no Kôdôkan Judo, foram aplicados e estudados durante as aulas de kôsen-judô, e torneios deram a oportunidade para os empregar a diferentes tipos de oponentes.
        Com a introdução do Okinawa tôte (沖縄唐手), que se tornou karatê-dô (空手道), por Funakoshi Gishin (1870-1957), e a criação do Ueshiba-ryu (植芝流), que se tornou aikidô (合気道), kendô e todas as disciplinas dentro das disciplinas do “dô” que se seguiram, as artes de luta clássica e o jújutsu foram, lentamente, se tornando parte de um mundo clandestino ... 
        Kanô ajudou Funakoshi e Ueshiba a estabelecer e promover as suas disciplinas. A primeira demonstração de karatê em Tokyo foi executada por Funakoshi (que, aliás, nutria um respeito muito profundo por Kanô) e aconteceu no Kôdôkan seguindo um convite do próprio Kanô.
        Os melhores faixas pretas de Kanô foram enviados para estudar essas novas artes marciais. A maioria deles, como Tomiki, Sugino e Mochizuki, até mesmo interromperam a prática do judô para se dedicar integralmente às suas disciplinas novas. 
        Todas as disciplinas criadas durante esse período pediram emprestado o sistema de ranqueamento do Kôdôkan. A contribuição de Kanô nessa época foi inestimável, mas muitas pessoas esqueceram isso.
        O trabalho de Kanô, assim como sua visão do judô, ainda não foi bem absorvido no mundo ocidental, e até mesmo no Japão seus conhecimentos permanecem incompletos, para não dizer inexistentes. Não se acha nada muito concreto sobre a visão e o judô de Kanô na literatura, a não ser o trabalho cultural sobre as realizações dele empreendido pro Yves Cadot e baseado nos textos originais escritos pelo próprio Kanô.
        Mas o que realmente aconteceu com o jújutsu clássico, que é transmitido a um único herdeiro? O que aconteceu a essa arte de luta que inclui armas, golpes e percussões?
        Vale a pena especificar certos pontos chave de importância. Em primeiro lugar, Kanô não estudou o jújutsu por um longo tempo, mesmo possuindo uma inteligência não muito comum entre os praticantes de seu período. Ele esteve bem atento à ciência vasta que o jújutsu ofereceu, mas não foi capaz de conhecer de primeiro plano mestres de jújutsu clássicos.
        Embora Kanô estudasse um número significativo de manuscritos, a sua prática de jújutsu só era restrita a Kitô-ryu e Tenshin shinyo-ryu. Essas duas escolas também foram fundadas durante o período Edo e, então, o movimento do corpo, como também o uso das armas, já tinham sido diluídos ou não transmitidos em função da incapacidade de se achar um sucessor válido. Então, não estou falando sobre o jújutsu que permite lidar com várias situações e armas, a exemplo do que fazem as seguintes escolas clássicas: Takeuchi-ryu (竹内流), Hokki-ryu (伯耆流), Shoshô-ryu (諸賞流), Asayama Ichiden-ryu (   浅山一伝流) e Yagyú shingan-ryu (柳生心眼流).


        Também note que Kanô não recebeu transmissão completa das escolas de jújutsu que ele estudou. Seu respeito profundo aos estilos clássicos o fez enviar alguns dos seus próprios estudantes para outras escolas tradicionais, como a Tenshin shôden katori shintô-ryu (天神正伝香取神道流), que é uma das primeiras filiais do kenjutsu e jôjutsu do Japão.
        Por conseguinte, se um grande visionário com habilidades pedagógicas com Kanô, criador do Judô incomparável, teve pequeno ou incompleto conhecimento prático do jújutsu clássico, o que dirá então seus alunos, outros praticantes japoneses e não-praticantes desse período?
        A maioria dos praticantes de Kôdôkan judô, como os de hoje, não conhecia quase nada sobre o jújutsu clássico. Para grande parte deles, o Kôdôkan judô era o jújutsu mais eficiente, já que quase todos tinham visto o verdadeiro jújutsu.
        O estudo das escolas clássicas não era feito em público, porém havia exceções. Por exemplo, mestres como Toku Sanbô e Kyuzo Mifune tiveram a chance de conhecer mestres do jújutsu clássico, o que não era comum.
        Também pode-se realçar o fato de que o desenvolvimento rápido do kôsen-judô, cujas técnicas foram herdadas do judô, conduziu vários praticantes do Kôdôkan judô a reconsiderar a importância do uso das técnicas de lutas de chão. Vale especificar que esse tipo de técnica fica interessante em um tatami ou superfície semelhante, mas em uma luta real, na rua ou em um campo de batalha, é totalmente diferente: você não vai ao chão porque há vários oponentes, e o chão não tem a proteção do tatami, entre outros fatores.

     
     Assim, se o conhecimento do jújutsu sob o ponto de vista japonês, como também dentro do Kôdôkan, estava incompleto, o que podemos dizer sobre os outros países?
        No meio do século XIX, numerosos japoneses imigraram para o Brasil. Com o fluxo de imigração para os Estados Unidos, Havaí e Nova Zelândia estava fechado, o país apareceu como o Eldorado para escapar da falta de espaço e do militarismo que assumiam o arquipélago nipônico. Várias famílias foram para o Brasil cultivar tabaco e arroz.




* Texto extraído do livro A Arte do Ninja - Entre ilusão e realidade - Kacem Zoughari - Editora JBC

Jujutsu IV

Era Meiji: o jújutsu clássico esquecido



        Com a abolição das classes sociais (que resultou no desaparecimento da classe guerreira) e a proibição de carregar uma espada, conforme decretou o haitô-rei (廃刀令) em 1876, a prática das artes de luta, incluindo o jújutsu, que tinha servido o governo na manutenção da sociedade feudal, parecia ter perdido a razão de existir. Assim,  a maioria dos autores admite que grande parte dessas artes, incluindo, novamente, o jújutsu, foi esquecida durante o período Meiji (1868-1912). É necessário especificar que, embora a maioria das escolas ou estilos tenha sido esquecida pelo público, sua transmissão foi perpetuada em paralelo às transformações sociais, política e técnica que aconteceram durante aquela era.
        Mesmo que certas escolas de jújutsu ainda estivessem ativas durante esse período, nem os intelectuais, nem os burgueses demonstraram qualquer interesse pro elas. Depois da intensa procura por técnicas de luta durante as perturbações do fim do período Edo, o período Meiji foi, para muitos professores, sombrio. Tanto Fukuda Hachinosuke, mestre da Tenshin shinyo-ryu (天神真楊流), quanto Iikubo Tsunetoshi, mestre da Kitô-ryu (起倒流), haviam dado aulas no Kobusho (講武所), um centro de treinamento de artes de luta criado pelo bakufu de Tokugawa em 1855, em resposta à ameaça criada pela passagem de navios estrangeiros próximos às costas japonesas.


        Durante essa época, quando Jigorô Kanô se tornou discípulo dos dois, ambos eram mestres renomados, mas não puderam viver completamente de suas práticas de jújutsu. Fukuda teve um dojô de oito tatamis cheio de objetos diferentes, que também servia de sala de espera do local onde ele atendia como ortopedista, a exemplo do que faziam vários especialistas da época. Em troca, Iikubo trabalhava como mensageiro. Esses homens não tiveram vontade ou habilidade para adaptar-se à nova época. Assim, vários mestres de escolas clássicas morreram sem deixar um sucessor. Só para ter uma idéia, a Kitô-ryu e a Tenshin shinyo-ryu não têm mais representantes oficiais atualmente.
        Apesar do desprezo completo demonstrado pela maioria da sociedade japonesa durante o período Meiji, certos mestres artes marciais foram capazes de alcançar posições muito interessantes. Por exemplo, em 1928, em um artigo do “Tokyo nichinichi shinbun”(東京日日新聞), Kanô mencionou só o nome de Yamaoka Tesshú (1836-1888) como uma personalidade que possuía sério interesse pelas práticas durante o mesmo período, como ele. A referência aqui é prestigiosa: Yamaoka Tesshú, político, bom calígrafo e armeiro, que foi iniciado na arte de kenjutsu e diversos bujutsu clássicos no começo da mocidade, havia fundado a sua própria escola, Ittô shôden mutô-ryu (一刀正伝無刀流), muito influenciada pela prática zen. Ele trabalhou para o governo Meiji e tomou conta, inicialmente, da promoção de Shizuoka, onde atuou no desenvolvimento da produção de chá, até que foi nomeado tesoureiro do imperador.
        Foi nesse contexto social, em que todo o conhecimento e a cultura do guerreiro foi desconsiderada a vantagem de qualquer técnica ocidental e inovações industriais, que Jigorô Kanô (1860-1938) desenvolveu um modelo novo de ação recorrente à noção de “dô” (道) e elaborado a partir da cultura do guerreiro. Esse novo modelo combinou corretamente o conhecimento da Filosofia Ocidental ao modo de ação dos guerreiros. Surgia, assim, o judô (柔, “o caminho da suavidade”).






* Texto extraído do livro A Arte do Ninja - Entre ilusão e realidade - Kacem Zoughari - Editora JBC

O Touro e o Vaqueiro

1 - PROCURANDO O TOURO



Sozinho na imensidão, perdido na selva, o rapaz está buscando, buscando!
As águas transbordantes, as montanhas longínquas e o caminho sem fim;
Exausto e em desespero, ele não sabe para onde ir,

Ele só escuta as cigarras vespertinas cantando nas árvores.

O jovem está a procura de algo que ele ainda não sabe o que é, mas sente em seu interior. Enquanto não se decidir pela busca, continuará sempre se sentindo vazio, como se houvesse perdido algo precioso.


2 - VISLUMBRANDO AS PEGADAS


Pelo regato e sob as árvores, esparsas são as pegadas do perdido;
Os capins de sabor adocicado estão crescendo espessos - ele encontrou o caminho?
Entretanto, distante, nas montanhas, o animal pode estar vagando, 
Seu nariz alcança os céus e ninguém pode mascará-lo.

O jovem vê rastros do seu objetivo de busca. No mundo e seus vários caminhos, marcas de outros buscadores sempre são perceptíveis quando decidimos dar início à nossa jornada.


3 - VENDO O TOURO


Num galho de árvore muito distante um rouxinol pousa cantando alegremente;
O sol está quente e sopra uma brisa suave; na encosta, os salgueiros estão verdes;
O touro está lá, completamente só; não tem onde se esconder;
Sua esplêndida cabeça decorada com majestosos chifres - que pintor poderá reproduzi-la?

É por um destes diversos caminhos que o jovem buscador tem um vislumbre do que busca. Neste ponto deve optar por seguir naquela direção ou procurar outras pistas. Se continuar a vagar pelo prazer de buscar perderá a chance de encontrar a si mesmo.


4 - AGARRANDO O TOURO


Com a energia deste ser total, o rapaz, finalmente, segurou o touro;
Porém, tanto sua vontade é selvagem quanto ingovernável é o seu poder!
Às vezes, anda empertigado num platô.
Que vemos? Perde-se novamente na bruma impenetrável do desfiladeiro da montanha.

Quando decide ir ao encontro do conhecimento (o touro), já está no caminho e todos os seus esforços em dominar o animal, parecem ilusórios e vãos. Esta é a fase da luta e do conflito que a maioria dos homens sofre no decorrer de sua existência. Somente a perseverança e a disciplina poderão fazê-los superar este platô. O apego é o grande obstáculo.


5 - DOMANDO O TOURO


O rapaz não tem de se separar do chicote e da corda, 
Para que o animal não fique vagando num mundo de sujeira;
Quando ele estiver adequadamente encaminhado, crescerá puro e dócil;
Sem corrente, nada prendendo, sozinho seguirá o vaqueiro.

Após muita luta o jovem buscador se purifica no processo e toma as rédeas de si, conseguindo domar seu "touro". Mas sem uma direção certa nenhum mapa é útil. No quinto estágio da busca o jovem olha a sua volta com bastante atenção pois algo mudou em seu coração e sua vida para sempre será modificada, não é mais o mesmo, está livre da prisão das opiniões e de suas neuroses.


6 - VIR PARA CASA MONTADO NO TOURO


Montado no animal, ele, pachorrentamente, encaminhou-se para casa;
Envolvido na bruma do anoitecer, com que harmonia saíam os sons da flauta!
Cantando uma balada, marcando o compasso, seu coração sentia uma alegria indescritível!
Pois agora ele é um dos que sabe; é preciso dizer?

Ao perceber que economiza energia unindo forças ao invés de separá-las, o buscador usa suas raízes para sustentá-lo na sua subida rumo ao céu da sabedoria. Relaxado e alegre ele segue perseverante pela sua trilha. Nada mais pode impedi-lo de alcançar sua morada, pois agora ele sente mais do que pensa, e o coração nunca erra quando se é sincero e puro. O mundo às vezes o vê como louco ou excêntrico.


7 - ESQUECIDO DO TOURO, O HOMEM FICA SOZINHO


Montado no animal, ele finalmente está de volta para casa,
Onde - vejam só! - o touro não está mais; o homem está sentado sozinho, serenamente.
Apesar do sol vermelho alto no céu, ele ainda está calmo, sonhando,
Sob um telhado coberto de palha repousam, imóveis, o chicote e a corda.

Finalmente chega a seu destino, mas percebe que nada mais resta a fazer senão esperar pacientemente pela sua auto-realização enquanto relembra cada momento de seu passado, contemplando em silêncio a lua e as estrelas, deixando se esvaziar completamente de toda a memória acumulada. É preciso deixar a vida seguir seu curso natural.


8 - O TOURO E O HOMEM DESAPARECERAM


Tudo está vazio - o chicote, a corda, o homem e o touro:
Quem poderá pesquisar a vastidão do universo?
Sobre a fornalha ardendo em chamas, nem um floco de neve pode cair:
Quando este estado de coisas é obtido, manifesto é o espírito do antigo mestre.

Após descartar todas as suas experiências e abrir mão de todo o conhecimento adquirido em sua jornada, o buscador chega ao vazio absoluto, representado por um círculo. O Nada e o Tudo passam a ser um só e as contradições desaparecem sem deixar vestígios no tempo e no espaço. O sujeito se funde ao objeto.


9 - RETORNANDO À ORIGEM, DE VOLTA À FONTE


Querer voltar às origens, voltar à fonte - já é um passo errado!
É muito melhor ficar em casa, cego e surdo, sem fazer muito barulho;
Sentado na cabana, não toma conhecimento do que se passa lá fora,
Contempla as águas do regato correndo - ninguém sabe pra onde vão; e as flores de um vermelho intenso - para quem são elas?

Neste estágio, até então desconhecido para o buscador, nada mais resta a não ser um caminho deserto. Sem objetivos ou desejos, totalmente livre do passado e do Ego doentio, o Mundo se torna real e a verdadeira Natureza é revelada em todo seu esplendor e glória. Agora a busca terminou e a sua recompensa é compartilhar da enorme e inesgotável energia do Universo, para o qual finalmente retornou.


10 - ENTRANDO NA CIDADE COM AS MÃOS DISTRIBUINDO ALEGRIA


Com o peito nu e os pés descalços, chega ao mercado;
Todo sujo de lama e cinza, com que alegria sorri!
Não precisa dos poderes milagrosos dos deuses,
Tudo em que ele toca... Vejam! as árvores mortas estão florindo.

O Sábio, abundante de luz e boas novas, começa a distribuir sua graça compassivamente aos outros que, conscientes ou não, também estão destinados a percorrer sua própria jornada. A presença de um mestre realizado será eternamente essencial como a prova viva do despertar de um homem rumo ao máximo de sua potencialidade infinita.



Poema extraído do livro: O livro de Ouro do ZEN - A sabedoria milenar e sua prática
David Scott & Tony Doubleday

Comentários extraído do livro: AIKIDO - O Caminho da Sabedoria - A Teoria
Wagner Bull




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SHINTAI - 進退

REI-HO - 礼法

ZA-REI  -  座礼



RITSU-REI  -  立礼

SHISEI - 姿勢

KUMIKATA - 組み方

TAI-SABAKI - 体さばき

MAE-UKEMI - 前受身

MAE-MAWARI-UKEMI - 前回り受身

YOKO-UKEMI - 横受身

USHIRO-UKEMI - 後受身

Ryote-jime - 両手絞

Tadashi Koike


Sankaku-jime - 三角絞

Tadashi Koike


Tsukkomi-jime - 突込絞

Tadashi Koike


Kata-ha-jime - 片羽絞

Tadashi Koike


Okuri-eri-jime - 送襟絞

Tadashi Koike


Hadaka-jime - 裸絞

Tadashi Koike


Juji-jime - 十字絞

Tadashi Koike


Ude-garami - 腕緘

Tadashi Koike

Ude-hishigi-hiza-gatame - 腕挫膝固

Tadashi Koike


Ude-hishigi-hara-gatame - 腕挫腹固

Tadashi Koike


Ude-hishigi-ude-gatame - 腕挫腕固

Tadashi Koike

Ude-hishigi-waki-gatame - 腕挫脇固

Tadashi Koike

Ude-hishigi-juji-gatame - 腕挫十字固

Tadashi Koike


Kata-gatame - 肩固

Tadashi Koike

Tate-shiho-gatame - 縦四方固

Tadashi Koike


Kuzure-kami-shiho-gatame - 崩上四方固

Tadashi Koike

Kami-shiho-gatame - 上四方固

Tadashi Koike


Kuzure-yoko-shiho-gatame - 崩横四方固

Tadashi Koike


Yoko-shiho-gatame - 横四方固

Tadashi Koike


Ushiro-kesa-gatame - 後袈裟固

Tadashi Koike


Kuzure-kesa-gatame - 崩袈裟固

Tadashi Koike

Kesa-gatame - 袈裟固

Tadashi Koike


HADAKA-JIME 裸絞



SODE-TSURI-KOMI-GOSHI  袖釣込腰


Yoshimi Osawa - 10ºdan


Yukimasa Nakamura (JAP)



SEOI-NAGE 背負投




Shozo Fujii (JAP)

O-UCHI-GARI 大内刈

Kyuzo Mifune - 10ºdan





Yasuhiro Yamashita (JAP)

Frédéric Demontfaucon (FRA)

KO-UCHI-GARI 小内刈


Kyuzo Mifune - 10ºdan






Shozo Fujii (JAP)

Frédéric Demontfaucon (FRA)